Dizem que eu finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
O medo e a falta_Ronaldo Cunha Lima 2001
Você me faz medo,
mas você me faz falta.
A diferença entre o medo e a falta
é que o medo você sabe quando tem,
e na falta você sente que não tem.
A falta, com o medo, sobressalta.
Entre o medo que você me traz
e a falta que você me faz,
você é o medo que me falta.
mas você me faz falta.
A diferença entre o medo e a falta
é que o medo você sabe quando tem,
e na falta você sente que não tem.
A falta, com o medo, sobressalta.
Entre o medo que você me traz
e a falta que você me faz,
você é o medo que me falta.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Só o Amor_Débora Damaceno [13/09/10]
A vida não é de repente
Mas, o que você espera,
Pode acontecer,
Pode não acontecer.
De brincadeira não se pode
esconder o coração.
Do amor não se pode fugir,
há que se entregar.
De maneira que só te resta
Amar, amar, amar.
De tudo o mais
Te sobrará só o amor.
Mas, o que você espera,
Pode acontecer,
Pode não acontecer.
De brincadeira não se pode
esconder o coração.
Do amor não se pode fugir,
há que se entregar.
De maneira que só te resta
Amar, amar, amar.
De tudo o mais
Te sobrará só o amor.
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Fico aqui_Débora Damaceno [07/09/10]
Se por vezes
Já quantas
Te esqueci?
Se tudo agora
Só nesta hora
Se desfez?
Não há mais dúvida
Meu coração
É o que temos.
Tuas respostas
É o que espero
É o que sei.
Já nesta hora
Agora te beijo
E fico aqui.
Já quantas
Te esqueci?
Se tudo agora
Só nesta hora
Se desfez?
Não há mais dúvida
Meu coração
É o que temos.
Tuas respostas
É o que espero
É o que sei.
Já nesta hora
Agora te beijo
E fico aqui.
sábado, 28 de agosto de 2010
Quantos_Débora Damaceno [28/08/10]
Quantas vezes chorei
Quantas vezes senti
Que coração é esse
Que alma é essa
Que sempre sente
Que sempre chora.
Quantos poemas criei
Quantos sonhos esqueci
Que ilusão é essa
Que pesar é esse
Que sempre cria
Que sempre sonha.
Quantos amores quis
Quantos planos fiz
Que vontade é essa
Que desejo é esse
Que sempre continua
Que sempre permanece.
Quantas vezes senti
Que coração é esse
Que alma é essa
Que sempre sente
Que sempre chora.
Quantos poemas criei
Quantos sonhos esqueci
Que ilusão é essa
Que pesar é esse
Que sempre cria
Que sempre sonha.
Quantos amores quis
Quantos planos fiz
Que vontade é essa
Que desejo é esse
Que sempre continua
Que sempre permanece.
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Mais um beijo_Débora Damaceno
Onde for ficar
Esteja sempre comigo
Porque meu coração
É seu.
É que eu já não sei
Se me perco
De tanto amor
Em você.
Quero olhar,
Olhar teus olhos.
Apenas pedir,
Apenas isso.
Não desejo,
Mas quero,
Mais um beijo,
Mais um beijo.
Esteja sempre comigo
Porque meu coração
É seu.
É que eu já não sei
Se me perco
De tanto amor
Em você.
Quero olhar,
Olhar teus olhos.
Apenas pedir,
Apenas isso.
Não desejo,
Mas quero,
Mais um beijo,
Mais um beijo.
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Frase_Débora Damaceno
Eu acredito é mais
No brilho dos olhos que miro,
Naquilo tudo que sinto.
No amor.
Eu acredito em mim.
No brilho dos olhos que miro,
Naquilo tudo que sinto.
No amor.
Eu acredito em mim.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Soneto da Fidelidade_Vinícius de Morais
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama.
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama.
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
domingo, 30 de maio de 2010
Não sei quantas almas tenho_Fernando Pessoa
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é.
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem;
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: “Fui eu?”
Deus sabe, porque o escreveu.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é.
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem;
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: “Fui eu?”
Deus sabe, porque o escreveu.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Versos_Débora Damaceno 29.05.2010
Meus versos são suspiros
De há muito guardados.
Nunca esperados,
Porém, antes sentidos.
Agora é o que tenho.
Luz e sombra.
E o que fica,
Desenha minha alma.
Porém, porém,
Neles há vida,
Neles há você,
Há meu coração.
Se vale a pena,
Se pergunte.
Se há resposta,
Apenas sinta.
De há muito guardados.
Nunca esperados,
Porém, antes sentidos.
Agora é o que tenho.
Luz e sombra.
E o que fica,
Desenha minha alma.
Porém, porém,
Neles há vida,
Neles há você,
Há meu coração.
Se vale a pena,
Se pergunte.
Se há resposta,
Apenas sinta.
Vida_Débora Damaceno 2004
E a vida o que é?
Não se sabe.
Não se entende.
Se vive, se reclama.
Se chora, se enfrenta.
Cai, levanta.
Sobe, gira.
Grita, volta.
Segue, agonia.
Se leva, se rompe.
Se vive, se não vive.
Se desprende.
Se espera, perdoa.
Se mostra, se vê.
Se soma, multiplica.
Divide, diminui.
É ar, leveza.
Sentimento, intuição.
É caminho, direção.
Estrada, busca.
É resposta, solidão.
Desafio, destino.
É escolha, vida.
Morte, ciranda.
É mágica.
Não tem lógica.
É o nosso meio.
Meio começo.
Meio termo.
Meio fim.
Não se sabe.
Não se entende.
Se vive, se reclama.
Se chora, se enfrenta.
Cai, levanta.
Sobe, gira.
Grita, volta.
Segue, agonia.
Se leva, se rompe.
Se vive, se não vive.
Se desprende.
Se espera, perdoa.
Se mostra, se vê.
Se soma, multiplica.
Divide, diminui.
É ar, leveza.
Sentimento, intuição.
É caminho, direção.
Estrada, busca.
É resposta, solidão.
Desafio, destino.
É escolha, vida.
Morte, ciranda.
É mágica.
Não tem lógica.
É o nosso meio.
Meio começo.
Meio termo.
Meio fim.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Sussurra o silêncio_Débora Damaceno
O silencio que vibra em mim
É música que não cala
São os olhos de minh’alma
Tudo que não me separa do que
Sou na verdade de verdade.
Mas que a chuva então sussurre
Como o vento dentro do coração
E que tu possas escutar assim
Gotas e lágrimas despertando
O doce infinito que há em mim.
Se guardada a vida que vibra
Quebrando o que é de vidro em nós
Tua ausência é o que me sobrará
Permeando minha insólita solidão.
Mas que a noite então me leia
E que eu não seja só tristeza
E tudo que passou não fique
E tudo que ficou não passe.
É música que não cala
São os olhos de minh’alma
Tudo que não me separa do que
Sou na verdade de verdade.
Mas que a chuva então sussurre
Como o vento dentro do coração
E que tu possas escutar assim
Gotas e lágrimas despertando
O doce infinito que há em mim.
Se guardada a vida que vibra
Quebrando o que é de vidro em nós
Tua ausência é o que me sobrará
Permeando minha insólita solidão.
Mas que a noite então me leia
E que eu não seja só tristeza
E tudo que passou não fique
E tudo que ficou não passe.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Bilhete_Mário Quintana
Se tu me amas,
ama-me baixinho.
Não o grites de cima dos telhados,
deixa em paz os passarinhos.
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho,
amada,
que a vida é breve,
e o amor
mais breve ainda.
ama-me baixinho.
Não o grites de cima dos telhados,
deixa em paz os passarinhos.
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho,
amada,
que a vida é breve,
e o amor
mais breve ainda.
Talvez_Pablo Neruda
Talvez não ser,
é ser sem que tu sejas,
sem que vás cortando
o meio dia com uma
flor azul,
sem que caminhes mais tarde
pela névoa e pelos tijolos,
sem essa luz que levas na mão
que, talvez, outros não verão dourada,
que talvez ninguém
soube que crescia
como a origem vermelha da rosa,
sem que sejas, enfim,
sem que viesses brusca, incitante
conhecer a minha vida,
rajada de roseira,
trigo do vento,
E desde então, sou porque tu és
E desde então és
sou e somos...
E por amor
Serei... Serás...Seremos...
é ser sem que tu sejas,
sem que vás cortando
o meio dia com uma
flor azul,
sem que caminhes mais tarde
pela névoa e pelos tijolos,
sem essa luz que levas na mão
que, talvez, outros não verão dourada,
que talvez ninguém
soube que crescia
como a origem vermelha da rosa,
sem que sejas, enfim,
sem que viesses brusca, incitante
conhecer a minha vida,
rajada de roseira,
trigo do vento,
E desde então, sou porque tu és
E desde então és
sou e somos...
E por amor
Serei... Serás...Seremos...
domingo, 18 de abril de 2010
Sei que espero_Débora Damaceno 18.04.10
Derramei no céu
Um sorriso teu
E todas as estrelas
Se acenderam.
Eu agora lembro,
Escuto calma a tua voz
Dizendo que me espera,
Me procura.
De todas as vezes
Essa é a que me
Faz acreditar,
Tu és o meu amor.
Não demores.
Quando chegares
Não precisa avisar,
Saberei que somos nós.
Um sorriso teu
E todas as estrelas
Se acenderam.
Eu agora lembro,
Escuto calma a tua voz
Dizendo que me espera,
Me procura.
De todas as vezes
Essa é a que me
Faz acreditar,
Tu és o meu amor.
Não demores.
Quando chegares
Não precisa avisar,
Saberei que somos nós.
domingo, 4 de abril de 2010
O Poço_Pablo Neruda
Cais, às vezes, afundas
em teu fosso de silêncio,
em teu abismo de orgulhosa cólera,
e mal consegues
voltar, trazendo restos
do que achaste
pelas profunduras da tua existência.
Meu amor, o que encontras
em teu poço fechado?
Algas, pântanos, rochas?
O que vês, de olhos cegos,
rancorosa e ferida?
Não acharás, amor,
no poço em que cais
o que na altura guardo para ti:
um ramo de jasmins todo orvalhado,
um beijo mais profundo que esse abismo.
Não me temas, não caias
de novo em teu rancor.
Sacode a minha palavra que te veio ferir
e deixa que ela voe pela janela aberta.
Ela voltará a ferir-me
sem que tu a dirijas,
porque foi carregada com um instante duro
e esse instante será desarmado em meu peito.
Radiosa me sorri
se minha boca fere.
Não sou um pastor doce
como em contos de fadas,
mas um lenhador que comparte contigo
terras, vento e espinhos das montanhas.
Dá-me amor, me sorri
e me ajuda a ser bom.
Não te firas em mim, seria inútil,
não me firas a mim porque te feres.
em teu fosso de silêncio,
em teu abismo de orgulhosa cólera,
e mal consegues
voltar, trazendo restos
do que achaste
pelas profunduras da tua existência.
Meu amor, o que encontras
em teu poço fechado?
Algas, pântanos, rochas?
O que vês, de olhos cegos,
rancorosa e ferida?
Não acharás, amor,
no poço em que cais
o que na altura guardo para ti:
um ramo de jasmins todo orvalhado,
um beijo mais profundo que esse abismo.
Não me temas, não caias
de novo em teu rancor.
Sacode a minha palavra que te veio ferir
e deixa que ela voe pela janela aberta.
Ela voltará a ferir-me
sem que tu a dirijas,
porque foi carregada com um instante duro
e esse instante será desarmado em meu peito.
Radiosa me sorri
se minha boca fere.
Não sou um pastor doce
como em contos de fadas,
mas um lenhador que comparte contigo
terras, vento e espinhos das montanhas.
Dá-me amor, me sorri
e me ajuda a ser bom.
Não te firas em mim, seria inútil,
não me firas a mim porque te feres.
quinta-feira, 18 de março de 2010
O amor_ Fernando Pessoa
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
quarta-feira, 17 de março de 2010
Resposta_Débora Damaceno
[Poema feito em homenagem a Gean Charles de Menezes, brasileiro morto em Londres em 22 de julho de 2005]
Porque?
Eu espero mas você não vem.
Há um intervalo.
O tempo vem,
O tempo vai,
O tempo volta.
Fica tudo parado.
Há silêncio,
Mas você não vem.
Procuro você,
Procuro entender,
Mas como consegui-lo?
Se há coisas que não
Se explicam,
Se não há você?
Vou passar a vida tentando,
Vou passar a vida esperando,
Sei que nunca vou ter
Resposta para entender
As coisas que acontecem
E acontecem,
Acontecem e só.
Passam, e passam
E não há,
Nem haverá,
Resposta.
Porque?
Eu espero mas você não vem.
Há um intervalo.
O tempo vem,
O tempo vai,
O tempo volta.
Fica tudo parado.
Há silêncio,
Mas você não vem.
Procuro você,
Procuro entender,
Mas como consegui-lo?
Se há coisas que não
Se explicam,
Se não há você?
Vou passar a vida tentando,
Vou passar a vida esperando,
Sei que nunca vou ter
Resposta para entender
As coisas que acontecem
E acontecem,
Acontecem e só.
Passam, e passam
E não há,
Nem haverá,
Resposta.
segunda-feira, 15 de março de 2010
O Teu Segredo_Florbela Espanca
O mundo diz-te alegre porque o riso
Desabrocha em tua boca, docemente
Como uma flor de luz!
Meigo sorriso
Que na tua boca pousa alegremente!
Chama-te o mundo alegre.
Ai, meu amor,
Só eu inda li bem nessa alegria!…
Também parece alegre a triste cor
Do sol, à tarde, ao despedir-se o dia!…
És triste; eu sei.
Toda suavidade
Tão roxa, como é roxa uma saudade
É a tua alma, amor, cheia de mágoa.
Eu sei que és triste, sei.
O meu olhar
Descobriu o segredo, que a cantar
Repousa nos teus olhos rasos d’água!…
Desabrocha em tua boca, docemente
Como uma flor de luz!
Meigo sorriso
Que na tua boca pousa alegremente!
Chama-te o mundo alegre.
Ai, meu amor,
Só eu inda li bem nessa alegria!…
Também parece alegre a triste cor
Do sol, à tarde, ao despedir-se o dia!…
És triste; eu sei.
Toda suavidade
Tão roxa, como é roxa uma saudade
É a tua alma, amor, cheia de mágoa.
Eu sei que és triste, sei.
O meu olhar
Descobriu o segredo, que a cantar
Repousa nos teus olhos rasos d’água!…
sábado, 6 de março de 2010
Ama-me por Amor somente_Madre Tereza de Cálcuta
Ama-me por amor somente.
Não digas: "Amo-a pelo seu olhar,
o seu sorriso, o modo de falar
honesto e brando. Amo-a porque se sente
minh'alma em comunhão constantemente
com a sua".
Porque pode mudar
isso tudo, em si mesmo, ao perpassar
do tempo, ou para ti unicamente.
Nem me ames pelo pranto que a bondade
de tuas mãos enxuga, pois se em mim
secar, por teu conforto, esta vontade
de chorar, teu amor pode ter fim!
Ama-me por amor do amor, e assim
me hás de querer por toda a eternidade.
Não digas: "Amo-a pelo seu olhar,
o seu sorriso, o modo de falar
honesto e brando. Amo-a porque se sente
minh'alma em comunhão constantemente
com a sua".
Porque pode mudar
isso tudo, em si mesmo, ao perpassar
do tempo, ou para ti unicamente.
Nem me ames pelo pranto que a bondade
de tuas mãos enxuga, pois se em mim
secar, por teu conforto, esta vontade
de chorar, teu amor pode ter fim!
Ama-me por amor do amor, e assim
me hás de querer por toda a eternidade.
Voltei_Débora Damaceno
Voltei...
Não só pela saudade,
Não só pelo vazio,
Não só pelo céu
Que agora olho sozinho.
Voltei...
Porque você me espera,
Porque grande o amor,
Porque teu olhar me traz
Tão bela primavera.
Voltei...
E ainda não pude mais calar,
E ainda não pude mais ficar,
Tão sozinho, tão alheio
Ao que sinto e vejo.
Voltei...
Desde então eu prometo,
Desde então eu desejo,
A incerteza de tê-la
Pela eternidade breve.
Não só pela saudade,
Não só pelo vazio,
Não só pelo céu
Que agora olho sozinho.
Voltei...
Porque você me espera,
Porque grande o amor,
Porque teu olhar me traz
Tão bela primavera.
Voltei...
E ainda não pude mais calar,
E ainda não pude mais ficar,
Tão sozinho, tão alheio
Ao que sinto e vejo.
Voltei...
Desde então eu prometo,
Desde então eu desejo,
A incerteza de tê-la
Pela eternidade breve.
quinta-feira, 4 de março de 2010
Assim passando_Débora Damaceno
Ao te seguir
Beirei à lúcida noção
De um meio não sonhado,
Mas desejado.
Então a flor se fez.
Brotou em lugar vão.
Triste sina,
Pura solidão.
Passos me dizem,
Escondem, esperam.
Desperta do outono,
Teu coração assim.
Então você se vê
Profundo, distante, presente.
Agora o amor cala,
Sólito olhar.
Beirei à lúcida noção
De um meio não sonhado,
Mas desejado.
Então a flor se fez.
Brotou em lugar vão.
Triste sina,
Pura solidão.
Passos me dizem,
Escondem, esperam.
Desperta do outono,
Teu coração assim.
Então você se vê
Profundo, distante, presente.
Agora o amor cala,
Sólito olhar.
domingo, 28 de fevereiro de 2010
Pensar Assim_Débora Damaceno
Se pensar assim
For o que eu pensei um dia
Tantas palavras ficaram
Por lá mesmo.
E agora nada restou
Porque essa vontade
Que tenho agora faz tudo
Ser completo.
E dias e dias
E sonhos e sonhos
Só me dizem
Há um pronto recomeço.
Nada acaba sendo tudo
Que não se quer
Porque sempre queremos
Seja lá o que for.
Mas digo mais
Felicidade, só um segundinho
Estou me despedindo
Da tristeza agora.
For o que eu pensei um dia
Tantas palavras ficaram
Por lá mesmo.
E agora nada restou
Porque essa vontade
Que tenho agora faz tudo
Ser completo.
E dias e dias
E sonhos e sonhos
Só me dizem
Há um pronto recomeço.
Nada acaba sendo tudo
Que não se quer
Porque sempre queremos
Seja lá o que for.
Mas digo mais
Felicidade, só um segundinho
Estou me despedindo
Da tristeza agora.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Querer_Pablo Neruda
Não te quero senão porque te quero
E de querer-te a não querer-te chego
E de esperar-te quando não te espero
Passa meu coração do frio ao fogo.
Te quero só porque a ti te quero,
Te odeio sem fim, e odiando-te rogo,
E a medida de meu amor viageiro
É não ver-te e amar-te como um cego.
Talvez consumirá a luz de janeiro
Seu raio cruel, meu coração inteiro,
Roubando-me a chave do sossego.
Nesta história só eu morro
E morrerei de amor porque te quero,
Porque te quero, amor, a sangue e a fogo.
E de querer-te a não querer-te chego
E de esperar-te quando não te espero
Passa meu coração do frio ao fogo.
Te quero só porque a ti te quero,
Te odeio sem fim, e odiando-te rogo,
E a medida de meu amor viageiro
É não ver-te e amar-te como um cego.
Talvez consumirá a luz de janeiro
Seu raio cruel, meu coração inteiro,
Roubando-me a chave do sossego.
Nesta história só eu morro
E morrerei de amor porque te quero,
Porque te quero, amor, a sangue e a fogo.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Posso escrever os versos mais tristes essa noite (Poema 20)_Pablo Neruda 1924
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: “A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros, ao longe”.
O vento da noite gira no céu e canta.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu a quis, e às vezes ela também me quis.
Em noites como esta eu a tive entre os meus braços.
A beijei tantas vezes debaixo do céu infinito.
Ela me quis, às vezes eu também a queria.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que a perdi.
Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como na relva o orvalho.
Que importa que meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.
Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
Minha alma não se contenta com tê-la perdido.
Como para aproximá-la meu olhar a procura.
Meu coração a procura, e ela não está comigo.
A mesma noite que faz branquear as mesmas árvores.
Nós, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a quero, é verdade, mas quanto a quis.
Minha voz procurava o vento para tocar o seu ouvido.
De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
Sua voz, seu corpo claro. Seus olhos infinitos.
Já não a quero, é verdade, mas talvez a quero.
É tão curto o amor, e é tão longo o esquecimento.
Porque em noites como esta eu a tive entre os meus braços,
minha alma não se contenta com tê-la perdido.
Ainda que esta seja a última dor que ela me causa,
e estes, os últimos versos que lhe escrevo.
Escrever, por exemplo: “A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros, ao longe”.
O vento da noite gira no céu e canta.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu a quis, e às vezes ela também me quis.
Em noites como esta eu a tive entre os meus braços.
A beijei tantas vezes debaixo do céu infinito.
Ela me quis, às vezes eu também a queria.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que a perdi.
Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como na relva o orvalho.
Que importa que meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.
Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
Minha alma não se contenta com tê-la perdido.
Como para aproximá-la meu olhar a procura.
Meu coração a procura, e ela não está comigo.
A mesma noite que faz branquear as mesmas árvores.
Nós, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a quero, é verdade, mas quanto a quis.
Minha voz procurava o vento para tocar o seu ouvido.
De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
Sua voz, seu corpo claro. Seus olhos infinitos.
Já não a quero, é verdade, mas talvez a quero.
É tão curto o amor, e é tão longo o esquecimento.
Porque em noites como esta eu a tive entre os meus braços,
minha alma não se contenta com tê-la perdido.
Ainda que esta seja a última dor que ela me causa,
e estes, os últimos versos que lhe escrevo.
Do que sinto_Débora Damaceno
À espera do que
Não acontece
Meu coração pára
Entre um pulsar
E outro.
Mas rendo-me
Ao que você me pede,
Ao que é preciso.
Se somos feitos assim,
De sentimentos e sensações,
Se isso não pode acabar,
Vou buscar dentro de mim
O que perdi em você.
Pois, que para amar
Não é preciso
Que o coração pulse,
Para sentir não é preciso
Que o coração pare.
Do que sinto, digo,
Deixe-me agora
E para sempre fique aqui.
Não acontece
Meu coração pára
Entre um pulsar
E outro.
Mas rendo-me
Ao que você me pede,
Ao que é preciso.
Se somos feitos assim,
De sentimentos e sensações,
Se isso não pode acabar,
Vou buscar dentro de mim
O que perdi em você.
Pois, que para amar
Não é preciso
Que o coração pulse,
Para sentir não é preciso
Que o coração pare.
Do que sinto, digo,
Deixe-me agora
E para sempre fique aqui.
sábado, 6 de fevereiro de 2010
Tempo_Débora Damaceno
As coisas mudam
E sempre, e tão rápido.
Parados estamos,
Parados ficamos.
Mas, embora você
Procure uma exatidão
Em meio a tudo que
Você mesmo nem busca,
Não ache que o retorno
Salvará você.
Porque ele, assim como
O tempo, vai de encontro
A tudo que você deixou de crer
Por mera distração;
Só pra perder a fria noção
De que, mesmo sem querer,
Tudo está gravado em você;
Numa dimensão que
Sequer foi notada,
Porque você
Andou lento,
Porque você
Andou lento,
Andou cheio,
Andou vazio.
Andou vazio.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Vida Real_Débora Damaceno
Se tens a certeza
Que tudo existe por acaso,
E se pergunta
A quem pertence o futuro,
Talvez a um coração puro,
Incerto, em passos curtos.
Hoje sei em definitivo
Sou aprendiz de aprendiz.
Quando os olhos não
Brilham para enxergar
E sonham abertos
É hora de acordar
A vida continua girando
E você quer tudo no lugar.
Abandonem-se os ensaios
A vida é real.
Que tudo existe por acaso,
E se pergunta
A quem pertence o futuro,
Talvez a um coração puro,
Incerto, em passos curtos.
Hoje sei em definitivo
Sou aprendiz de aprendiz.
Quando os olhos não
Brilham para enxergar
E sonham abertos
É hora de acordar
A vida continua girando
E você quer tudo no lugar.
Abandonem-se os ensaios
A vida é real.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Desabafo_Débora Damaceno
Vomito palavras
Não por diversão
Mas por imprecisão
De querer ajustar
Meus sentimentos
Ao que ocorre.
Eu não páro para
Observar o que escrevo
Para não sufocar
O que me rodeia
Assim enxergo com a alma
O que não vejo com os olhos.
Sou alvo páreo
Para a saudade
Nela escondo a
Lembrança de um sorriso
Que falava alto
Tempos atrás.
Não vejo o que se
Imprime na minha alma
Mas ignoro minhas
Certezas por me
Exporem a todas
As dúvidas que ora suporto.
Não por diversão
Mas por imprecisão
De querer ajustar
Meus sentimentos
Ao que ocorre.
Eu não páro para
Observar o que escrevo
Para não sufocar
O que me rodeia
Assim enxergo com a alma
O que não vejo com os olhos.
Sou alvo páreo
Para a saudade
Nela escondo a
Lembrança de um sorriso
Que falava alto
Tempos atrás.
Não vejo o que se
Imprime na minha alma
Mas ignoro minhas
Certezas por me
Exporem a todas
As dúvidas que ora suporto.
Caminhos_Débora Damaceno 14.01.10
Há um caminho
À minha frente.
Neste caminho
Há flores e pedras,
Há teus olhos,
Há meu coração.
Neste caminho
Há tudo que anseio,
Também há tudo
Que não espero.
Há dias, há noites;
Silêncio, esperança.
Neste caminho há vida.
Há mais uma vez
Meu coração.
À minha frente.
Neste caminho
Há flores e pedras,
Há teus olhos,
Há meu coração.
Neste caminho
Há tudo que anseio,
Também há tudo
Que não espero.
Há dias, há noites;
Silêncio, esperança.
Neste caminho há vida.
Há mais uma vez
Meu coração.
É lindo_Débora Damaceno 27.12.09
Há um início
Um encantamento
Por você
Que continua
Que permanece.
Por ser igual
É diferente
Eu espero
Um beijo cálido
Toda sua intenção.
Agora há você
Em mim
Agora sim
Como eu sempre quis
Sem imaginar.
Por tudo
Por isso
É o que sinto
E é lindo
E é lindo.
Um encantamento
Por você
Que continua
Que permanece.
Por ser igual
É diferente
Eu espero
Um beijo cálido
Toda sua intenção.
Agora há você
Em mim
Agora sim
Como eu sempre quis
Sem imaginar.
Por tudo
Por isso
É o que sinto
E é lindo
E é lindo.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Para Voce_Debora Damaceno 07.01.10
Dos dias que passam agora
Tuas horas são minhas
Quando meus pensamentos
Buscam os teus...
Do que preciso
Eu já sei
Porque cada batida
Do meu coração
Chama por teu nome...
Do que falo agora
Tuas horas são minhas
Quando meus pensamentos
Buscam os teus...
Do que preciso
Eu já sei
Porque cada batida
Do meu coração
Chama por teu nome...
Do que falo agora
De amor
Eu não quero esconder
Meus olhos que desvendam-me
Para você...
Meus olhos que desvendam-me
Para você...
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