quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Débora Damaceno_Coração em Particular [19/10/2011]

Tenho caminhos que giram em torno de mim,
Enquanto caminho...
Alguns céus estão acima,
Me enxergando como sou.
Algumas vezes escolho, noutras não tenho opção...
Dentre tudo, dentre todos, vou seguindo...
Entre dias alegres, dia tristes...
Compondo, cantando, sorrindo e além...
Sempre além disso aqui.
Descobri no meio de tudo tantos meios,
Tantas fórmulas, tantos segredos, receitas, dicas, conselhos, teorias, maneiras, enfim...
Nada disso funcionou ou me levou a lugar nenhum.
Meu coração amou, amou, amou demais e tudo começou a partir daí.
E assim começou e assim vai terminar.
Porque antes de tudo existe um coração,
O meu em particular.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O Poeta_Vinícius de Moraes

A vida do poeta tem um ritmo diferente
É um contínuo de dor angustiante.
O poeta é o destinado do sofrimento
Do sofrimento que lhe clareia a visão de beleza
E a sua alma é uma parcela do infinito distante
O infinito que ninguém sonda e ninguém compreende.

Ele é o eterno errante dos caminhos
Que vai, pisando a terra e olhando o céu
Preso pelos extremos intangíveis
Clareando como um raio de sol a paisagem da vida.
O poeta tem o coração claro das aves
E a sensibilidade das crianças.
O poeta chora.
Chora de manso, com lágrimas doces, com lágrimas tristes
Olhando o espaço imenso da sua alma.
O poeta sorri.
Sorri à vida e à beleza e à amizade
Sorri com a sua mocidade a todas as mulheres que passam.
O poeta é bom.
Ele ama as mulheres castas e as mulheres impuras
Sua alma as compreende na luz e na lama
Ele é cheio de amor para as coisas da vida
E é cheio de respeito para as coisas da morte.
O poeta não teme a morte.
Seu espírito penetra a sua visão silenciosa
E a sua alma de artista possui-a cheia de um novo mistério.
A sua poesia é a razão da sua existência
Ela o faz puro e grande e nobre
E o consola da dor e o consola da angústia.

A vida do poeta tem um ritmo diferente
Ela o conduz errante pelos caminhos, pisando a terra e olhando o céu
Preso, eternamente preso pelos extremos intangíveis.