terça-feira, 24 de novembro de 2009

Tudo ou Nada_Débora Damaceno

É essa noite que me envolve,
que me comove, que me acalanta.

É essa solidão que me atravessa,
que me rompe, que me parte.

É o meu coração que te chama,
que te prende, que te ama.

É o seu cheiro que eu sinto,
que me perfuma, que me ilumina.

É esse calor que me queima,
que me açoita, que me testa.

É você que não vem,
que não fica, que não me ama.

É essa ilusão que me transforma,
que me assola, que me trai.

É essa paz que eu não vejo,
que eu espero, que eu desejo.

É essa poesia que eu não nego,
que me invade, que me induz.

É tudo isso junto, é tudo isso
ou nada, é tudo isso e ponto.

domingo, 8 de novembro de 2009

Para Amanhã_Débora Damaceno

Não quero a certeza
Quero o improvável
Emoções, incertezas,
talvez/

Quero o abraço
O sim, o não
Passos, laços
e até ilusão/

Não quero planos
Quero o amanhã
Com suas cores
Devaneios, vadiagem/

Quero o encanto
A luz, o dia
Sorriso, sina
e até solidão/

Não quero traços
Retas, instrução
Quero o encontro
e tudo que não há
Que há de um dia
haver ou não.


quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Torva_Débora Damaceno

Torva-me pelo peito aberto
Não mais pelo encanto
perdido em alento,
em meio ao consolo
de não mais perder-te,
por amar-te
em arrimo,
em sossêgo./

Prende-me pela mão
que atormenta
Pelo seio amoroso
do teu dorso caído,
sofrido, amargurado;
silente em deleite
da tua mais perfeita
esperança./

Resta-te por pertencer-te
Em meio a rodeios, devaneios,
insólita agonia. Porém,
quando renasceres,
pondera e realiza que
és o que és agora
porque um dia tudo
esteve destruído.